domingo, 16 de dezembro de 2012



O vendedor de castanhas brota do fumo que o vento trouxe. Traz com ele as memórias roubadas às rugas do Tempo. É feliz porque as castanhas dão cor ao fumo e à vida que é dele.
Aquece as mãos junto aos olhares de quem passa e guarda consigo uma chama que transcende a máquina orgânica que é.
É no fumo que ele vê, aquilo que os que passam ignoram. É na névoa levada pelo vento que reconhece a sua vida passageira. É no cinzento do ar que respira, que ele transpira o pedaço de azul do céu que é.
O frio que envolve a noite não trespassa o seu nobre sobretudo, e o sorriso entre a névoa dá esperança aos mortais de um dia verem os contornos que o vento toma, em cada um deles.
 

1 comentário:

  1. É bom sentir o aconchego no calor das tuas palavras e que me dâo tanta vontade de viver
    Bem Hajas!
    Alfredina

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