Odeio
pontos finais
Odeio
sentir que cada segundo esgota em mim um pouco mais daquilo que sou
Odeio
que acabem as Primaveras e que se perca o horizonte celeste na finitude humana
Odeio
perceber que só os pontos finais fazem de nós seres de morrer, de passar,
aqueles cujas folhas do Outono vão cobrir
Odeio
pontos finais, mas ainda assim sei que me pertencem, sei que o ser humano e o
fim são incondicionalmente inseparáveis.
Um
dia vou ser arrastado para o chão pela corrente unívoca da morte, serei pó da terra,
serei vírgula e não ponto final
Sem comentários:
Enviar um comentário