sábado, 7 de fevereiro de 2015


Vi ontem um filme chamada "Hector and the search of happiness".
Provavelmente Peter Chelsom mostra aqui a definição de felicidade que mais se adequa à minha.
Na história do filme, Hector é um psiquiatra que decide viajar pelo mundo e perceber o que é a felicidade para as pessoas, o que faz as pessoas felizes, o que faz as pessoas serem pessoas felizes...
Hector vai encontrando todo o tipo de pessoas, todo tipo de formas e  feitios de lidar com [in]felicidade. Encontra um milionário na China, famílias que viviam da terra em África, uma doente cancerígena em estado terminal...
E a verdade é que é difícil definir felicidade atualmente e ainda muito mais dificil é ser feliz!
Hector encontra um professor que está a estudar o comportamento e atividade do cérebro em relação à felicidade, infelicidade e medo. E perante um momento de plena felicidade Hector atinge os três estados ao mesmo tempo... INCRÍVEL!!!
No mapeamento da atividade cerebral surgem cores por toda a parte como sinal de que tudo está ativo.
E quando a assistente lhe pergunta que cores via?
"It's all of them!" diz ele no filme...
É exatamente isso que sinto no Obradoiro, a felicidade de ter a vida perante os meus olhos, a infelicidade de já não poder caminhar com alguns Companheiros, o medo de perder para a morte aquilo que ganhei na Vida. Por isso não contenho as lágrimas porque "It's all of them!" , porque quando me apercebo estou no centro do mundo e tudo o que sou existe num espaço e tempo que apenas é concebível, percetível aos olhos de Deus.
Nada descreve o sentimento de me agarrar ao meu pai, à minha mãe, à minha irmã naqueles fugazes segundos que se fazem eternidade. Nada explica que numa casa aonde cabem 40 caibam 120 e estejam em profunda comunhão de silêncio, paz, de Caminho... Nada explica os Caminhos que se cruzam, o canto nos lábios e a estrela na fronte, nada explica o sabor das amoras e alegria do Mundo...
Na última semana parti um dedo do pé: não vou poder caminhar... E toda a gente que me conhece sabe o que isso me custa, o que me custa ver os companheiros a partir, a saudade que tudo isso me deixa. Mas vou ao Caminho! Irei sempre, aliás acho que nunca saí dele. Sou do Caminho! Porque o Caminho não começa quando o começamos a percorrer mas sim quando nos  decidimos a percorrê-lo.
"It's all of them!"

É isso mesmo que vou sentir na semana onde não caminhando, vou ao Caminho...

Sem comentários:

Enviar um comentário