Vi
ontem um filme chamada "Hector and the search of happiness".
Provavelmente
Peter Chelsom mostra aqui a definição de felicidade que mais se adequa à minha.
Na
história do filme, Hector é um psiquiatra que decide viajar pelo mundo e
perceber o que é a felicidade para as pessoas, o que faz as pessoas felizes, o
que faz as pessoas serem pessoas felizes...
Hector
vai encontrando todo o tipo de pessoas, todo tipo de formas e feitios de lidar com [in]felicidade. Encontra
um milionário na China, famílias que viviam da terra em África, uma doente
cancerígena em estado terminal...
E
a verdade é que é difícil definir felicidade atualmente e ainda muito mais
dificil é ser feliz!
Hector
encontra um professor que está a estudar o comportamento e atividade do cérebro
em relação à felicidade, infelicidade e medo. E perante um momento de plena
felicidade Hector atinge os três estados ao mesmo tempo... INCRÍVEL!!!
No
mapeamento da atividade cerebral surgem cores por toda a parte como sinal de
que tudo está ativo.
E
quando a assistente lhe pergunta que cores via?
"It's all of them!" diz ele no filme...
É
exatamente isso que sinto no Obradoiro, a felicidade de ter a vida perante os
meus olhos, a infelicidade de já não poder caminhar com alguns Companheiros, o
medo de perder para a morte aquilo que ganhei na Vida. Por isso não contenho as
lágrimas porque "It's all of
them!" , porque quando me apercebo estou no centro do mundo e tudo o
que sou existe num espaço e tempo que apenas é concebível, percetível aos olhos
de Deus.
Nada
descreve o sentimento de me agarrar ao meu pai, à minha mãe, à minha irmã
naqueles fugazes segundos que se fazem eternidade. Nada explica que numa casa
aonde cabem 40 caibam 120 e estejam em profunda comunhão de silêncio, paz, de
Caminho... Nada explica os Caminhos que se cruzam, o canto nos lábios e a
estrela na fronte, nada explica o sabor das amoras e alegria do Mundo...
Na
última semana parti um dedo do pé: não vou poder caminhar... E toda a gente que
me conhece sabe o que isso me custa, o que me custa ver os companheiros a
partir, a saudade que tudo isso me deixa. Mas vou ao Caminho! Irei sempre,
aliás acho que nunca saí dele. Sou do Caminho! Porque o Caminho não começa
quando o começamos a percorrer mas sim quando nos decidimos a percorrê-lo.
"It's all of them!"
É
isso mesmo que vou sentir na semana onde não caminhando, vou ao Caminho...
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