Encontramo-nos hoje no meio das areias do tempo,
onde têm residido os relógios que o mundo faz em mim. Vou partir para a semana
para o Caminho, e tu sabes o quanto eu gostaria que viesses comigo, o quanto
gostaria que caminhasses ao meu lado para te contar tudo o que o espaço onde
vives agora não permite.
Que rosa bonita que repousa, com vista para o rio e
olhar sobre o Mundo. E aqui está a
medalha da comoção profunda, do agradecimento, da lógica, da forte ligação que
deixaste.
Vão me caindo as lágrimas sobre a tua rosa e ela vai
crescendo em direção ao sol, onde Hoje és luz do meu dia. Ponho as minhas mãos na terra,
como quando sentia o teu coração bater contra o meu naqueles momentos em Deus
parava o Tempo e tudo o que ele encerra.
Vim-te desejar um Bom Caminho minha amiga porque
onde quer que estejas sabes que vou sempre caminhar ao teu lado, mesmo quando o
Sol tiver de nascer a poente e o mar passar a ser o teto das estrelas.
Sentado neste banco junto à pequenez dos Homens vou
ouvindo o comboio que me traz as memórias do sempre e que leva consigo o vento
da poeira do passado.
Sinto tanta saudade hoje naquele banco sob olhar do
estrelas e da visão de Deus... E ainda tinha tanto para te contar, e tu ainda
tinhas tanto tempo para me receberes em tua casa com o teu abraço com aquele
teu jeito de quem teve sempre a vida no sorriso dos lábios e a morte espelhada
no olhar.
Seguimos caminhos diferentes, mas nada muda, porque
tudo termina na Casa de Pedra, termina no mar, termina onde radica o amor que
juntos fomos construindo em pedaços de azul do céu e que hoje os tenho guardado
em caixas de música e em versos soltos.
Sim, tudo termina, o que interessa é a jornada, quem dá os passos connosco, nos dá a mão, o ombro... a vida, se for preciso. A vida não é mais do que um caminho para a morte, no entanto caminhar de olhos fechados, de coração trancado e mente cerrada, é bem diferente de caminhar com eles bem abertos! Abro também os braços, para um abraço, forte, para ti, Inês
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