sexta-feira, 7 de junho de 2013

Acabou mais uma etapa do Caminho Maior…
Escrevi isto para a minha/nossa Missa de Finalistas:
 
 
O que sou está estilhaçado nas paredes deste Colégio e o que quero ser está gravado nos muros que a minha consciência fez aqui.
Chegamos ao fim de uma etapa do Caminho Maior onde soubemos ser cruzamento quando o caminho era uma encruzilhada.
15 anos nesta casa incendiaram-me por dentro e deixaram a brilhar o rosto com que ainda hoje sorrio.
Aquilo que fui e dei foi reinventado aqui, foi aqui que encontrei o meu pedaço do azul do céu, foi aqui que aquilo que sou perdeu fronteiras e conheceu a única meta que a Vida tem. Foi aqui que aprendi a morrer e a celebrar a graça da vida. Foi aqui que desenhei as linhas e as trajetórias que um dia hei-de percorrer com aqueles que mais amo, com aqueles que aqui comigo edificaram as pontes e os muros do meu ser, com aqueles que um dia me ensinaram a encostar os corações quando se abraça.
As manchas de tinta desta folha não poderão nunca preencher aquilo que tanta gente nesta casa fez por mim... Já sinto as saudades que os meus olhos não conseguem conter...
Caminho no chão onde cresci, onde fui menino de bata verde, onde fui criança de sorriso rasgado, onde em folhas brancas tracei as retas que deram novos horizontes à finitude do meu ser.
As raízes da minha infância cresceram aqui e entrelaçaram-se com outras iguais a elas.
Mais do que ser do Colégio Luso Francês, acho que somos Colégio Luso-Francês porque estarmos aqui hoje, implica a forte consciência de que aqui e agora somos profundamente amados.
A minha vida é indissociável dos meu amigos e da minha família que caminharam sempre ao meu lado, das irmãs que são o pilar desta casa, da educadora de braços abertos que tive, das auxiliares com quem brinquei, de todas as funcionárias que me foram guiando, da professora primária que me deu os primeiros sonhos, dos professores de 2º Ciclo que me ensinaram a ver o mundo mais de cima, dos professores do 3º Ciclo que me mostraram que o nada é o princípio do tudo e dos professores de secundário que não me deram um futuro, fizeram algo ainda mais incrível, ensinaram-me a construí-lo.
Serei sempre o menino de bata verde no recreio de areia e o rapaz de polo azul nas salas e corredores. Trago comigo o infinito que em folhas de papel fui escrevendo e guardo as memórias que o meu colégio pintou em mim.
Esquecer-me do mais pequeno dos segundos que vivi aqui é desmembrar aquilo que sou, é estar um pouco mais perto da morte e de tudo o que a encerra.
É uma bênção enorme ser aluno deste Colégio e poder despedir-me com a certeza de que aqui fui aquilo que queria ser e que ganhei o fôlego para ser e respirar em novas metas.
 
A todos e sem exceção, o meu grande obrigado!

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