Acabou mais uma etapa do Caminho Maior…
Escrevi isto para a minha/nossa Missa de
Finalistas:
O que sou está estilhaçado nas paredes deste
Colégio e o que quero ser está gravado nos muros que a minha consciência fez
aqui.
Chegamos ao fim de uma etapa do Caminho Maior
onde soubemos ser cruzamento quando o caminho era uma encruzilhada.
15 anos nesta casa incendiaram-me por dentro
e deixaram a brilhar o rosto com que ainda hoje sorrio.
Aquilo que fui e dei foi reinventado aqui,
foi aqui que encontrei o meu pedaço do azul do céu, foi aqui que aquilo que sou
perdeu fronteiras e conheceu a única meta que a Vida tem. Foi aqui que aprendi
a morrer e a celebrar a graça da vida. Foi aqui que desenhei as linhas e as
trajetórias que um dia hei-de percorrer com aqueles que mais amo, com aqueles
que aqui comigo edificaram as pontes e os muros do meu ser, com aqueles que um
dia me ensinaram a encostar os corações quando se abraça.
As manchas de tinta desta folha não poderão
nunca preencher aquilo que tanta gente nesta casa fez por mim... Já sinto as
saudades que os meus olhos não conseguem conter...
Caminho no chão onde cresci, onde fui menino
de bata verde, onde fui criança de sorriso rasgado, onde em folhas brancas
tracei as retas que deram novos horizontes à finitude do meu ser.
As raízes da minha infância cresceram aqui e entrelaçaram-se com outras iguais a elas.
As raízes da minha infância cresceram aqui e entrelaçaram-se com outras iguais a elas.
Mais do que ser do Colégio Luso Francês, acho
que somos Colégio Luso-Francês porque estarmos aqui hoje, implica a forte
consciência de que aqui e agora somos profundamente amados.
A minha vida é indissociável dos meu amigos e
da minha família que caminharam sempre ao meu lado, das irmãs que são o pilar
desta casa, da educadora de braços abertos que tive, das auxiliares com quem
brinquei, de todas as funcionárias que me foram guiando, da professora primária
que me deu os primeiros sonhos, dos professores de 2º Ciclo que me ensinaram a
ver o mundo mais de cima, dos professores do 3º Ciclo que me mostraram que o
nada é o princípio do tudo e dos professores de secundário que não me deram um
futuro, fizeram algo ainda mais incrível, ensinaram-me a construí-lo.
Serei sempre o menino de bata verde no
recreio de areia e o rapaz de polo azul nas salas e corredores. Trago comigo o
infinito que em folhas de papel fui escrevendo e guardo as memórias que o meu
colégio pintou em mim.
Esquecer-me do mais pequeno dos segundos que
vivi aqui é desmembrar aquilo que sou, é estar um pouco mais perto da morte e
de tudo o que a encerra.
É uma bênção enorme ser aluno deste Colégio e
poder despedir-me com a certeza de que aqui fui aquilo que queria ser e que
ganhei o fôlego para ser e respirar em novas metas.
A todos e sem exceção, o meu grande obrigado!
Absolutamente incrível, meu irmão.
ResponderEliminarObrigado por tudo meu irmão.
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