quinta-feira, 9 de maio de 2013

Incompreensível… Inconcebível… Desumano!
Marlon Correia foi morto no sábado na tentativa de um assalto ao Queimódromo.
Pedia-se tudo à FAP nas horas seguintes: homenagem, respeito, Silêncio… E apenas surgiram uns leves sentimentos esbatidos pela euforia da semana académica.
O Marlon foi friamente assassinado e nada aconteceu porque “havia muito dinheiro envolvido”.

Quem não percebe a vida nunca vai poder respeitar a morte.

Pedia-se silêncio e a FAP emudeceu o Porto, pedia-se respeito e pensou-se nas receitas da semana, pediam-se palavras de conforto para a família e faltou o sentido às frases, pedia-se luto e apenas sobressaíram os negros corações da sociedade que tem feito o mundo tão cinzento.
Até que ponto vai a desumanidade da Humanidade? Até que ponto colocamos o respeito perante a morte? Até que ponto nos consideramos humanos? Até que ponto sentimos que fazemos parte de uma comunidade da qual morreu um companheiro? Até que ponto nos conseguimos rever no Marlon ou na sua família?
Nas suas costas, recebeu o tiro que o matou e a sensibilidade esmaecida da FAP.
Trocamos a homenagem e solidariedade com os que sofrem por concertos e bebedeiras colectivas.
Mas isto apenas recria aquilo que o ser humano tem vindo a criar… Vivemos numa sociedade imersa numa cegueira pública, onde o dinheiro cobre a morte, onde a euforia de uns cobre a disforia de outros, onde a consciência humana de cada um se esvai e se deteriora.
Continuo revoltado com a situação porque nada em mim encaixa na atitude que se tomou.

Mas quem não percebe a vida nunca vai poder respeitar a morte.

2 comentários:

  1. Sem dúvida, estamos a desumanizar-nos - e ainda há quem fale em progresso! Que progresso é este se nada tem a ver com o Crescer?! Pelo menos como Seres Humanos... Haja sempre uns "irredutíveis" como tu e outros que não se deixem cegar, nem comprar, nem iludir por esta sociedade estúpida, cega, bêbeda, alienada! Sê sempre igual a ti mesmo, esse "Pi" lindo, por dentro e por fora, e que amamos. Beijinho grande, Inês

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  2. Obrigado Inês pela tua partilha e consciência plena de quem nunca se deixou cegar.
    Beijinho muito grande.

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