Levei muito do pouco que tenho, para este Caminho… Mas trouxe muito: as setas amarelas, as linhas curvas das quais que se servem as retas para ver o Mundo, o pedaço de azul do céu ,que não é só meu, o pão que partilho com quem vê comigo a Sol a Nascer, o azul e o branco que me dá o horizonte, os caminhos desencontrados, a alegria do Mundo…
Do pouco que levei, tudo me pesou… Levar uma amiga como a Mónica, esboça um sorriso do tamanho da curva Terra, e faz com que se escapem as lágrimas que o corpo não contém.
[“quando eu estiver boa também gostava de fazer o caminho”]
Diz-se que quem quer fazer o Caminho de Santiago em vida, e não o faz, há-de o fazer depois da morte até à Quintana do Mortos.
Sempre foste peregrina, sempre foste Mulher de Deus, Mulher em Deus… Só tu podias dar ao cancro e à morte uma profunda certeza e consciência de Caminho, de Vida.
Mas mesmo assim, minha amiga não foi lá que eu te senti, foi no abraço do Obradoiro, no calor da tua força, na simplicidade do teu olhar, na certeza do teu, do nosso Caminho.
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