quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


Ekki Múkk by Sigur Rós on Grooveshark


Somente desejava Tempo…
Ainda nutro aquele silêncio que tanto me ensinaste, e a saudade espelhada no meu choro fortalece o reflexo do teu espelho.
Não posso fazer nada… E o nada é tanto, que preenche e me corrói por dentro deixando-me mais frio e triste de te ver partir.
Quero que caminhes sempre comigo… Não te canses eu levo-te, tudo o que quiseres ser o vento há-de dar forma às folhas para ti.
Fala-me a memória ao ouvido, e sinto o calor das tuas mãos nas pontas frias dos teus dedos.
O nome que trazes contigo ao peito dá-te o Norte, dá-te o Caminho, dá-te a Vida.
Deixaste para trás o Tempo e a Virtude, fizeste dos pedaços de papel a mais bonita História.
Sei que continuarás na esfera aberta que tem janela para o quarto do Mundo, que serás sempre do teu azul e do teu branco, serás sempre violino na subtileza do Dia, serás sempre a mulher que abraçou a Vida, serás sempre o sorriso rasgado que Itália viu surgir.
Escorrem em mim as sombras que o espaço faz no tempo e os ponteiros que o universo me deu.
A minha cabeça não consegue pousar, não quero cantar, não quero subir, não quero descer, queria apenas caminhar contigo, queria que tudo tivesse sido mais vírgula e menos ponto final.
Os ninhos que os Invernos fazem nas memórias quentes sufocaram-te no silêncio do dia.
A cegueira azul que rompe os pedaços de céu parou no teu olhar sólido.

Não me quero despedir, nem quero que partas, quero te mostrar apenas que neste papel branco e só, surge em tons de azul, em nobres explosões, a mancha de tinta que guardo e guardarei sempre para ti.
E sei que ainda assim por entre brincos azuis, sorrisos rasgados e pedaços de azul do céu te irei ouvir dizer: “Oh meu querido gosto tanto de ti”.

Bom Caminho minha amiga e companheira Mónica.

1 comentário:

  1. É, basta um ponto final que deveria ser apenas vírgula para ser um a mais, para ser demais, mas, por mais que doa, por mais que o nosso coração fique a estourar de saudades, a escrita da vida também se faz com pontos finais. Inês

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